As manifestações que começaram em junho e seguem até hoje, com diferentes participantes e reivindicações, me fizeram olhar de uma outra maneira o coletivo, que aqui eu quis dizer, as pessoas que compõem uma comunidade ou os moradores de um bairro, por exemplo. Essa outra versão, não foge da ideia inicial, pois também são grupos de pessoas, a diferença é que são jovens. Eles compartilham dos mesmos ideais e têm a intenção de melhorar a cidadania na cidade. São os Coletivos.
As abordagens dos Coletivos são as mais variadas possíveis e podem tratar de política, direitos humanos voltados para as minorias, meio ambiente e sustentabilidade, ou tudo isso junto. Os integrantes de um Coletivo precisam se reunir para discutir sobre formas de atuação, como financiar os trabalhos e tudo mais que for necessário para que aconteça. E esses encontros podem ser na casa de um membro, em um local público como uma praça ou em um espaço de coworking, onde tudo é compartilhado. Essa é outra tendência presente nos Coletivos, o trabalho colaborativo. Na rua Mourato Coelho, nº 1.344, bairro de Pinheiros, São Paulo/SP é possível encontrar um exemplo disso. No mesmo local estão: a oficina de bicicletas e bar Las Magrelas e oGangorra escritório de coworking.
Talvez você conheça algum Coletivo, mas não sabia que ele era assim chamado. Bem perto da nossa realidade estão o Bike Anjo, que já foi uma de nossas historias, e o Cidade para Pessoas, representado pela Natália Garcia em uma outra historia. Ambos querem devolver às pessoas o direito à cidade, direito esse às vezes esquecido, às vezes negado. De outro lado, o Coletivo Gentileza, atribui a cada um de nós o papel de mudar o mundo, com as nossas próprias microrrevoluções.
Ir às ruas para exigir o que é nosso por direito ou para cobrar uma postura mais decente dos governantes que nos representam é importante. E isso é reclamar! Fazemos certo ao reclamar. Mas é necessário também nos organizarmos para fazer algo. E essa é a proposta dos Coletivos. Mais do que um ativismo virtual – que tem a sua contribuição, é engajamento e mão na massa mesmo. Dessa forma o on e o offline se complementam.
Você que leu o post e se identifica com o Imagina na Copa, está no caminho.
Se ainda não faz parte de um Coletivo, que tal a proposta?
Texto escrito por: Cairo Roberto, capitão do Imagina na Copa em Uberlândia/MG. Aiesecer, curte empreendedorismo social e acredita nas pessoas. Não é mais um universitário em crise. Diferente do que pensava, fugir dos problemas de nada adiantaria. Participar das manifestações e das assembleias populares na sua cidade – foi o seu primeiro contato – o fez perceber que a mudança do que não lhe agradava só aconteceria com a sua intervenção.